“A Batalha do Céu”

Uma fanfic muito interessante e detalhada: A Batalha do Céu. Confira:

Saint Seiya : A Batalha do Céu
Capítulo I : Os órfãos de Atena.
Rússia / Igreja de São Miguel Arcanjo

-Humanidade. É aquilo que somos! Criaturas destrutivas. Indesejadas pelos deuses, e talvez até mesmo pelo própio Deus. Deus nos ama você diz? Uma ova que ama. Ele nos quer no inferno pagando pelos pecados que nascemos destinados a cometer. Nada do que você prega é realidade, meu caro, o mundo no qual você vive é uma farsa! Bondade? Amor ao próximo? Nada disso faz parte da natureza humana, pregador. A sociedade que os homens criaram só tem um único próposito: fazê-los esquecer de sua natureza dantesca*. Digo-lhe que nenhum homem pode fugir daquilo que realmente é: um demônio! E o senhor, por baixo dessa batina, dessa máscara de santo homem que decidiu usar, é, mais do que ninguém, a prova viva do que digo! O senhor abriga um animal, uma fera, um demônio. Como disse? Não é um demônio? É um bom homem? Vejo o quão propenso o senhor é a dizer tolices. Logo o senhor, um homem tão jovem…mas bem, isso é o que se podia esperar da boca de um pregador: tolices! Eu posso ver através desse disfarce que usa, meu caro, posso ver sua alma, seus desejos, sei que ama uma mulher, mesmo sabendo que nunca poderá tê-la. Tanto por ela ser aquilo que chama de herege, tanto por ela não o amar, como também por ter feito votos à sua igreja… que divertido é a sua alma, tão nebulosa, tão negra…Venha, una-se a mim. Terá Guinevere em seus braços e a humanidade à seus pés. Venha e aceite seu destino! Venha, Eric, e receba seu destino. Receba seu pai, venha à mim e seja aquele que foi em outra vida, de hoje em diante seu nome é…

Grécia / Santuário / Templo de Atena

Atena acorda no meio da noite com o corpo molhado de suor com seu vestido branco, colado ao corpo, de tecido fino. Ela estava sozinha, logo não tinha porque se preocupar com isso. “Aliás”, pensou,” tenho coisas muito mais sérias com que me preocupar, afinal, esse sonho do qual acabo de despertar me revelou um futuro tempestuoso.” Preocupada com o que vislumbrara em seus sonhos, a deusa decide olhar as estrelas, de alguma forma isso fazia sentir-se reconfortada, protegida e acolhida. Observar o céu à noite fazia com que se lembrasse de seus Cavaleiros, e Atena os amava. Cada um deles, mas quantos deles já não haviam morrido? Sentiu-se culpada, eles morreram por ela. Desde que nascera, há treze anos atrás, condenou esses homens e mulheres a morrerem em batalhas. Assim como a si própria, é claro! A morte é certa para todo homem e mulher que recebem o dom da vida. E com ela não seria diferente, embora fosse uma deusa, não estava livre da morte, seu corpo era tão humano como o de qualquer um de seus Cavaleiros. Ela morreria um dia, de fato, assim como morreu em outras vidas. Ela reencarnaria em um futuro distante, mas ainda assim morreria… e o sonho que tivera ainda à pouco… a reveleção que lhe foi feita…”Não”, pensou consigo mesma, ” não adianta temer o futuro, meu dever é evitar que o que me foi revelado em sonhos se torne realidade… eu não posso permitir que ele morra…”. Atena retornou à cama e naquela noite não teve mais sonhos.

Arredores do Santuário / Vila de Rodório / Casa em Seika viveu nos últimos seis anos

Seika estava contente, finalmente ela e o irmão ficariam juntos. Ainda não poderiam voltar para o Japão, pois Seiya não queria ficar longe do Santuário nesses tempos tão difíceis para os homens. Mas Seika não se importava com isso, ela amava o irmão, e nos últimos anos aprendeu a amar a Grécia. Tudo que queria era ficar ao lado de Seiya, a única familia que lhe restara. O homem que lhe criou naquela casa como filha morrera poucos dias antes de Marin a encontrar e levá-la ao Santuário, e o bom homem lhe deixou o pouco que tinha… e tudo que tinha era aquela pequena casa. Ela e Seiya poderiam viver ali para sempre, ela não se importaria com isso, até acharia bom… E Seiya? Onde estaria Seiya naquele momento? Antes de sair, ele disse que iria até a China visitar Shiryu e convidá-lo a conhecer a nova casa em que viveria com ela.
-Não se preocupe! Mana, daqui a duas horas estarei de volta!
Seika achou aquilo engraçado, Seiya pretendia ir da Grécia até a China e retornar em duas horas. Mas ela não ousou questionar, sabia que para homens como o irmão não existia o impossível, na verdade, ela sabia que, se quisesse, Seiya poderia dar a volta ao mundo num intervalo de tempo muitíssimo menor. Mas acontece que Seiya havia partido durante a manhã, e o Sol já “ameaçava” se pôr no horizonte. Ela sentiu uma pontada de preocupação tomar seu coração. Seiya disse ter muitos inimigos, e se eles o interceptaram? Um barulho na porta, Seika corre para abrí-la, mas, ao invés de ver o irmão, percebe que é um animal que “estacionara” em frente à sua casa que causou os ruidos que ouviu. Era um touro, um animal esplêndido, musculoso, viril, mas ao mesmo tempo a olhava com submissão, ela encantou-se pelo animal, parecia-lhe tão triste! Ele abaixou a cabeça em sua direção, como se pedisse carinho. Ela lhe fez, e em conseqüência soltou um pequeno barulho de prazer. Era engraçado a forma como o agradava o toque de Seika, na verdade não era engraçado, era incomum, parecia-lhe agradar da mesma forma que o toque de uma mulher agrada um homem… O animal abaixou-se até o chão, ainda assim parecia enorme, se Seika quisesse montá-lo, mesmo naquela posição, teria alguma dificuldade.
-Você quer que eu monte em você? Eu não posso, estou esperando meu irmão, além disso, passear montada em um touro não é exatamente aquilo que chamo de divertido…- o animal a olhou com uma expressão que lhe deu a impressão de ser ainda mais triste do que a anterior- Bem, se for só um pouquinho…- como que em transe, Seika subiu nas costas do touro, que imediatamente correu em disparada para longe da casa, para longe da pequena vila, para longe da Grécia… para além-mar, para outra dimensão, para onde Seiya nunca poderia encontrá-los.

Santuário / Coliseu

Marin e Shina estão sentadas nas arquibancadas do Coliseu, observando a chegada de algumas crianças, que tinham no coração a esperança de tornarem-se Cavaleiros. Elas eram cinco, não tinham mais do que sete anos de idade, a não ser o maior deles, talvez dez anos.
-Veja Marin, esse é o futuro do Santuário.- disse Shina com certo desdém.
– Sim… e é provável que nenhum deles consiga suportar os treinos! Veja como são franzinos! E o maior deles? Vê como parece burro e desajeitadado?
– Ouvi dizer que ele veio da Argentina, já o menor, aquele que parece uma menina…
– Shina, ela é uma menina!
– O quê? E ainda não esta usando máscara? – Shina sorriu por debaixo da máscara -Mal posso esperar para ir até lá e obrigá-la a usar a máscara, eu me lembro quando me fizeram usar a minha… eu me senti humilhada, não vejo a hora de fazê-la sentir o mesmo.
– No entanto- disse Marin, sem mostrar nenhuma piedade para com a menina ou desapravação com o comentário de Shina – hoje, nós e nossas máscaras somos inseparáveis. Como nos ensinaram assim que chegamos aqui, ser vista sem máscara é pior do que ser vista nua… Mas como você dizia, da onde essa menina é mesmo?
– Ela veio da Rússia, parece que a irmã foi assassinada e ela acabou ficando sozinha no mundo, Atena sentiu sua tristeza daqui e se comoveu… e depois pediu para alguns do soldados irem até lá buscá-la.
– Entendo! Às vezes, acho que os Cavaleiros de Atena deviam se chamar os órfãos de Atena… e quanto aos outros três? De onde são?
– Eu não sei… ninguém me falou nada sobre eles! Mas aqueles dois meninos ruivos devem ser irmãos concerteza! Vê? Eles são gemêos!
– É verdade, eu já tinha reparado!
– Vamos lá ver quem de nós será responsável pelo treinamento deles… tomara que eu treine a menina, vou fazer a vida dela um inferno. – ambas se levantaram e foram até as crianças.
Um soldado chamado Sebastian estava tomando conta deles, e tinha em mãos um pergaminho que designava com quais crianças cada amazona devia ficar.
– Shina e Marin, nesse pergaminho há todas as informações que vocês precisam – o soldado passa o pergaminho para Shina – Acho que não precisam mais de mim…
– Não! Não precisamos, você já pode ir Sebastian! – as crianças vêem Sebastian ir embora com expressões tristes…
– O que foi suas molengas? Ficaram tristes porque Sebastian não se despediu de vocês? Esperavam que ele fosse lhes dar um abraço? Hahahaha! Como são tolas. – Shina achava tudo aquilo muito cômico.
– Shina…o pergaminho!- lembrou Marin.
– Sim ! É verdade…mas primeiro temos que esclarecer uma coisa! Você! Loirinha, venha até aqui!
– Eu?- disse a menina com o sotaque carregado com o russo.
– Claro que sim sua idiota! Diga-me, por que voce esta nua?
– Mas… eu não estou nua.
Todas as crianças gargalharam animadamente.- Silêncio pequeninos! – ordenou Marin, e no mesmo momento todas elas se calaram.
– Menina, tem uma coisa que você tem que saber, para fazer parte dos guerreiros de Atena, nós, mulheres, temos que abrir mão de nossa feminilidade…
– Tudo bem.
-Como?
– Já me falaram sobre isso! Não vejo problema em usar máscara…
– Mas você não fica nem um pouco chateada por isso?
– Não…eu deveria ficar? Eu só não estou usando máscara porque não sei onde conseguir usar uma…
– Shina, por favor, o pergaminho! -interrompeu Marin.
– Ah! Esta bem! Vamos ver…huummm… parece que vocês são Angélika -disse olhando para a menina,- Ernesto- disse olhando para o menino maior- vocês dois devem Nicolas e Nihal- disse olhando para os gêmeos- e você…você…- Shina olhou para a quinta criança, era um menino de ar angelical, loiro como a menina, olhos azuis como o céu e com sorriso que lembra o demônio…
– O que foi Shina?- quis saber Marin.
-Esse menino não esta na lista! Quem é você? Responda!
– Ahahahahah… eu não acredito nisso- disse o garoto com um voz assexuada que parecia ecoar no coração dos homens- Não acredito que é tão facil assim passar pelas defesas do Santuário! Se eu quisesse Atena já estaria morta!
– Como é?- disse Marin de maneira ameaçadora- Quem é você? Diga-nos!
– Querem saber quem eu sou? Prestem bastante atenção, pois vão descobrir minha verdadeira identidade! – as outras quatro crianças sairam aos berros, apavoradas, as trevas engoliram o Santuário, o fim havia chegado.

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